No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, capital da República, tinha uma população próxima a 1 milhão de habitantes, sendo na sua maioria homens pobres remanescentes do sistema escravocrata. No mesmo momento, a dinâmica do mercado internacional apontava para uma rápida modernização econômica e política no país, havendo assim uma forte tensão social. Sobre o assunto, é correto afirmar:

() Diante desse novo ator social, as autoridades brasileiras proibiram rituais religiosos e manifestações culturais associados à tradição negra (a prática da capoeira, por exemplo), como forma de controle sobre a cultura popular.

() Para atender as novas demandas sociais, implantou-se nessa época um sistema de atendimento social e trabalhista, com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

() A incipiente industrialização aproveitou-se da existência de mão-de-obra excedente; o número de contratações cresceu, a criação de sindicatos foi estimulada, e com isso impôs-se um ordenamento à questão social.

() O governo brasileiro promoveu uma política oficial de transferência do excedente de mão-de-obra para as colônias agrícolas e de povoamento, no sul do país.

() Sem infraestrutura e saneamento básico, a cidade do Rio de Janeiro era um ambiente favorável à disseminação de doenças infectocontagiosas, como a varíola e a febre amarela. A situação obrigou o governo a iniciar campanhas de vacinação compulsória, fato que provocou reações populares, como a Revolta da Vacina, em 1904.

() O projeto ideológico da modernização e higienização das cidades levou o governo a colocar em prática um programa nacional de influência positivista de ampliação da cidadania, que consistia na criação das chamadas Casas dos Pobres. Era uma espécie de asilo e local de trabalho que tinha a finalidade de retirar da cidade todos os mendigos, prostitutas, menores abandonados, etc., colocando-os num espaço de cidadania controlada.

() O crescimento da massa de homens pobres e desempregados na cidade do Rio de Janeiro pode ser explicado, entre outros fatores, pela decadência da economia do café no Vale do Paraíba, pela abolição da escravidão e pelo ingresso de trabalhadores europeus. Esses três fatores contribuíram para o aumento não só da exclusão da população pobre do mercado de trabalho como também da marginalidade na cidade.