USP 2011 História - Questões

Filtro de Questões

Abrir Opções Avançadas

Filtrar por resolução:

Se utilizássemos, numa conversa com homens medievais, a expressão “Idade Média", eles não teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média representa uma rotulação posterior, uma satisfação da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI.

(Hilário Franco Júnior, A Idade Média. Nascimento do Ocidente. 3$\ ^{a}$ ed. São Paulo: Brasiliense, s.d. [1986]. p.17. Adaptado.)

A partir desse trecho, responda:

  1. a) Em que termos a expressão “Idade Média” pode carregar consigo um valor depreciativo?

  2. b) Como o período comumente abarcado pela expressão “Idade Média” poderia ser analisado de outra maneira, isto é, sem um julgamento de valor?

Este livro não pretende ser um libelo nem uma confissão, e menos ainda uma aventura, pois a morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra.

(Erich Maria Remarque, Nada de novo no front. São Paulo: Abril, 1974 [1929], p.9.)

Publicado originalmente em 1929, logo transformado em best seller mundial, o livro de Remarque é, em boa parte, autobiográfico, já que seu autor foi combatente do exército alemão na Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918. Discuta a ideia transmitida por “uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra”, considerando:

  1. A) As formas tradicionais de realização de guerras internacionais, vigentes até 1914 e, a partir daí, modificadas.

  2. B) A relação da guerra com a economia mundial, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX.

Desde a Antiguidade até a época helênica, e durante a Idade Média (em algumas culturas, até hoje) se conferiu aos terremotos, como a todos os fenômenos cuja causa se desconhecia, uma explicação mística. Os filósofos da antiga Grécia foram os primeiros a aventar causas naturais dos terremotos; no entanto, durante o período medieval, explicações desse tipo foram formalmente proibidas por serem consideradas heréticas, e a única causa aceita na Europa era a da cólera divina. Somente em princípios do século XVII é que se voltou a especular acerca das causas naturais de tais fenômenos.

(Alejandro Nava, Terremotos. 4$\ ^{a}$ ed. México: FCE, 2003, p.24-25. Traduzido e adaptado.)

O texto menciona mudanças, da Antiguidade até o início do século XVII, na explicação dos fenômenos naturais. Hoje em dia, também é preciso considerar que as consequências dos terremotos não dependem só de sua magnitude, mas também do grau de desenvolvimento social do local onde ocorrem, como foi possível notar nos terremotos de 2010 no Haiti.

  1. a) Identifique e explique as mudanças que, no contexto intelectual do século XVII, contribuíram para que os terremotos e outros fenômenos naturais deixassem de ser vistos apenas como fenômenos místicos.

  2. b) No caso do Haiti, a pobreza do país ampliou o efeito devastador do fenômeno natural. Explique, historicamente, essa pobreza e seu impacto no agravamento das consequências dos terremotos.

Viver numa grande cidade implica o reconhecimento de múltiplos sinais. Trata-se de uma atividade do olhar, de uma identificação visual, de um saber adquirido, portanto. Se o olhar do transeunte, que fixa fortuitamente uma mulher bonita e viúva ou um grupo de moças voltando do trabalho, pressupõe um conhecimento da cor do luto e das vestimentas operárias, também o olhar do assaltante ou o do policial, buscando ambos a sua presa, implica um conhecimento específico da cidade.

(Maria Stella Bresciani, Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1982, p.16. Adaptado.)

O texto mostra como o forte crescimento territorial e demográfico de algumas cidades europeias, no século XIX, redefiniu formas de convivência e sociabilidade de seus habitantes, as quais, em alguns casos, persistem até hoje.

  1. a) Cite e explique dois motivos do crescimento de cidades como Londres e Paris, no século XIX.

  2. b) Indique e analise uma característica, dentre as mencionadas no texto, que se faça presente em grandes cidades atuais.

As cidades [do Mediterrâneo antigo] se formaram, opondo-se ao internacionalismo praticado pelas antigas aristocracias. Elas se fecharam e criaram uma identidade própria, que lhes dava força e significado.

(Norberto Luiz Guarinello, A cidade na Antiguidade Clássica. São Paulo: Atual, p.20, 2006. Adaptado.)

As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem ser caracterizadas pela


Carregando...