UNICAMP 2020 História - Questões

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Até hoje, a formação das classes médias esteve ligada à expansão da indústria e à elevação de seus níveis de produtividade. Historicamente, a indústria permitiu estruturar a representação política e sindical das categorias mais desfavorecidas da população em torno dos interesses que afetavam as grandes massas de trabalhadores. Já no contexto atual, marcado por um mundo menos industrializado e orientado para uma economia em que os serviços tendem a ser mais fragmentados e frequentemente artesanais ou informais, os interesses comuns dos trabalhadores são evidentemente muito mais difíceis de emergir. Considerando este quadro, a desindustrialização prematura dos países do Hemisfério Sul (com exceção do Leste Asiático) não é muito favorável a uma consolidação democrática.

(VELTZ, Pierre. La société hyper-industrielle. Le nouveau capitalisme productif. Paris: Éditions du Seuil, 2017, p. 16.(Adaptado.)

Com base no texto e em seus conhecimentos, responda às questões.

  1. a) Que decreto-lei garantiu os principais direitos trabalhistas na Era Vargas e por que a menor presença de uma classe trabalhadora na indústria enfraquece os processos democráticos na contemporaneidade?

  2. b) Indique e explique qual foi a principal mudança estrutural ocorrida na economia brasileira nas duas últimas décadas.

As reflexões de Aristóteles e Platão revelam uma descrença em relação ao regime democrático. O cidadão, diz Aristóteles, é quem toma parte na experiência de governar e de ser governado. Para o filósofo, o animal falante é um animal político. Mas o escravo, mesmo sendo falante, não é um animal político. Os artesãos, diz Platão, não podem participar das coisas comuns porque não têm tempo para se dedicar a outra atividade que não seja o seu trabalho. Assim, ter esta ou aquela “ocupação” define competências ou incompetências para a participação nas decisões sobre a vida comum.

(Adaptado de Flávia Maria Schlee Eyler, História antiga: Grécia e Roma. Petrópolis: Editora Vozes/Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2014, p.15.)

A partir do texto e de seus conhecimentos sobre a Antiguidade Clássica, responda às questões.

  1. a) Segundo Aristóteles e Platão, como se define o “animal político” no contexto da cidadania ateniense?

  2. b) Identifique e explique uma crítica dos filósofos citados ao regime democrático.

O escritor Fernão Mendes Pinto não foi o único a criticar a construção de um império que ia da Índia ao Amazonas. Outros — entre os quais se destacam Gil Vicente e Camões — registraram que o reverso da medalha do papel de civilizadores e missionários assumido pelos portugueses era a brutalidade, a covardia, a avareza, a crueldade, a pilhagem e o desprezo pelas sensibilidades, costumes, crenças e propriedades dos locais. A prosa e a poesia do século XVI exprimiram o receio de que o preço a pagar por tal aventureirismo poderia ser a degenerescência moral e o declínio das virtudes cívicas em Portugal.

(Adaptado de A. J. R. Russel-Wood, Reviewed work: The Travels of Fernão Mendes Pinto by Fernão Mendes Pinto, Revecca D. Catz. The International History Review, p. 568-572, ago. 1990.)

  1. a) Explique as críticas de Gil Vicente e Camões à construção do Império português da Época Moderna.

  2. b) Cite e explique uma forma de resistência à presença dos portugueses no Ultramar.

A política europeia é abalada pela Revolução de Cromwell na Inglaterra e pela Restauração Portuguesa. Nesse contexto de mudança política do século XVII, os embaixadores passaram a ser escolhidos dentro dos quadros mais distintos da nobreza, privilegiando-se aqueles sujeitos que possuíam formação acadêmica e conhecimento das leis.

(Adaptado de Thiago Groh de Mello Cesar, A política externa de D. João IV e o Padre Antonio Vieira: as negociações com os Países Baixos. Dissertação de Mestrado, UFF, 2011, p. 1-2.)

A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, responda às questões.

  1. a) Explique duas consequências da Revolução Puritana para o contexto monárquico europeu do período.

  2. b) Cite duas funções dos embaixadores europeus na relação entre as monarquias europeias nos séculos XVII e XVIII.

Leia atentamente o trecho da carta escrita em 1830 por Simón Bolívar ao General J. J. Flores. A partir da leitura e de seus conhecimentos, responda às questões.

Meu querido General:

V. Ex.ª sabe que governei durante vinte anos e deles tirei apenas pouco resultados certos: 1º) a América é ingovernável para nós; 2º) aquele que serve a uma revolução ara no mar; 3º) a única coisa que se pode fazer na América é emigrar; 4º) este país cairá infalivelmente em mãos da multidão desenfreada, para depois passar a pequenos tiranos quase imperceptíveis, de todas as cores e raças; 5º) devorados por todos os crimes e extintos pela ferocidade, os europeus não se dignarão a nos conquistar; 6º) se uma parte do mundo voltasse ao caos primitivo, este seria o último período da América.

(Adaptado de Simón Bolívar, Escritos políticos. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1992, p. 32.)

  1. a) Identifique dois aspectos políticos do processo de independência da América espanhola.

  2. b) Explique como o texto contradiz o projeto político inicial de Bolívar para a América.

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