UNICAMP 1988 História - Questões

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Nesta questão você deverá trabalhar com o conceito de cultura, ciente de que ele comporta tanto as religiões ditas das elites como as religiões populares. Durante a revolta dos Malês na Bahia, em 1835, um juiz de paz, dizendo-se fiel à lei, invoca o artigo 5º da Sagrada Constituição Política do Império para desencadear a repressão aos escravos:

A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas, (desde que) o seu culto seja doméstico [...] sem forma alguma exterior de Templo. Isto se estende para as nações políticas da Europa, e nunca para os portos africanos, que vindo das suas para nossa Pátria, se educam no grêmio da nossa Religião; como se permitirá que estes venham a renegá-la, mostrando por uma face catolicismo, e por outra adorando publicamente seus deuses?

  1. a. Qual a religião oficial do Império e como em nome dela são reprimidas as religiões dos escravos?

  2. b. Segundo o texto, haveria tolerância religiosa no Império?

Nesta questão, você deverá utilizar os conceitos de poder, trabalho e cultura em relação à Revolução Francesa. A citação abaixo foi extraída da obra Introdução à Revolução Francesa, de Barnave, historiador francês do final do século XVIII — oriundo da primeira região industrial do país — que foi publicada logo após a dissolução da Assembleia Constituinte:

Desde que as artes e o comércio conseguem penetrar no povo e criar um novo meio de riqueza em benefício da classe laboriosa, prepara-se uma revolução nas leis políticas; uma nova distribuição de riqueza produz uma nova distribuição de poder. Da mesma forma que o domínio das terras elevou a aristocracia, a propriedade industrial eleva o poder do povo.

  1. a. Qual a noção de revolução que está presente no texto?

  2. b. A partir dos elementos indicativos do texto, caracterize o 3º Estado na época da Revolução Francesa.

Segundo Péricles, o regime político de Atenas no século V a.C. era democrático "porque não funciona no interesse de uma minoria, mas em benefício do maior número." Sabemos, no entanto, que a condição da cidadania era assegurada aos que não trabalhavam, pois eram liberados para praticar a política e fazer a guerra. Mulheres, menores de 18 anos, metecos (estrangeiros, geralmente comerciantes) e escravos não participavam da vida pública. Como explicar essa exclusão, caso por caso, pelos princípios democráticos atenienses, se eram maioria?

Quando se fala nas Cruzadas Medievais para a Palestina, imediatamente nos lembramos dos objetivos de conquista, pilhagem e comércio. Aponte nos textos que se seguem, referentes à 1ª cruzada ("a Cruzada dos Pobres", fins do século XI), outros elementos explicativos da formação dessa Cruzada:

"Que os ódios desapareçam entre vós, que terminem vossas brigas, que cessem as guerras e adormeçam as desavenças e controvérsias. Entrai no caminho que leva ao Santo Sepulcro."

(do papa Urbano II a nobres franceses)

"Foi nos ricos e nos pobres, nas mulheres, nos monges e nos clérigos, nos citadinos e nos camponeses, na prodigiosa vontade de ir a Jerusalém ou de ajudar os que aí fossem (…) Ladrões, piratas e outros celerados surgiam das profundezas da iniquidade e, tocados pelo Espírito de Deus, confessavam seus crimes, e arrependendo-se deles, partiam para as Cruzadas a fim de sa¬tisfazer Deus por causa dos seus pecados."

(Orderic Vidal)

"Os festejos de carnaval, com todos os atos e ritos cômicos que a ele se ligam, ocupavam um lugar muito importante na vida do homem medieval. Além dos carnavais (…) celebravam-se também a "festa dos tolos" e a "festa do asno" (…) Todos estes ritos e espetáculos (…) ofereciam uma visão do mundo, do homem e das relações humanas totalmente diferentes, deliberadamente não-oficial, exterior à Igreja e ao Estado; pareciam ter construído ao lado do mundo oficial, um segundo mundo e uma segunda vida (…). Ao contrário da festa oficial, o carnaval era o triunfo de uma espécie de liberação temporária da verdade dominante e do regime vigente, da abolição provisória de todas as relações hierárquicas, privilégios, regras e tabus."

De acordo com o texto, de Mikhail Bakhtin (A cultura popular na Idade Média e no Renascimento):

  1. a) Analise as oposições entre a cultura oficial e a cultura popular na Idade Média e no Renascimento.

  2. b) O carnaval que você assiste hoje pela televisão no Brasil contém ainda esses elementos culturais? Justifique.

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