UNESP 2022 Filosofia - Questões
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Admite-se de maneira geral que o século $XVII$ sofreu, e realizou, uma radicalíssima revolução de que a ciência moderna é, ao mesmo tempo, a raiz e o fruto. Alguns historiadores viram seu aspecto mais específico na secularização da consciência. O homem perdeu seu lugar no mundo; perdeu o próprio mundo em que vivia e sobre o qual pensava, e teve de transformar e substituir não só seus conceitos e atributos fundamentais, mas até mesmo o quadro de referência de seu pensamento.
(Alexandre Koyré. Do mundo fechado ao universo infinito, $2006$. Adaptado.)
No texto, Alexandre Koyré ressalta uma mudança radical no processo do conhecimento que ocorreu no século $XVII$, que consiste na
A filosofia, além do privilégio histórico de ter sido a primeira tentativa de compreensão do mito, tem consciência, desde a sua origem, do seu parentesco com ele. A filosofia, se não é filha, é, pelo menos, irmã mais nova do mito e estabeleceu desde o seu berço uma fascinante relação de amizade e confronto com esse irmão mais velho. O alvorecer da filosofia na tradição ocidental mistura as suas luzes e sombras com as do mito que a precedeu na odisseia da humanidade.
(Marcelo Perine. “Mito e filosofia”. In: Philosophos, $2002$. Adaptado.)
A relação apresentada no texto expressa uma passagem transformadora na filosofia referente à
A Ecologia Profunda é um conceito filosófico que considera que todos os elementos vivos da natureza devem ser respeitados, assim como deve ser garantido o equilíbrio da biosfera. O termo surgiu em $1972$, com o filósofo e ambientalista norueguês Arne Naess $(1912-2009)$. Ele distinguiu as correntes ambientais entre movimentos rasos e movimentos profundos. Os movimentos rasos limitam-se a tentar minimizar os problemas ambientais e garantir o enriquecimento das sucessivas gerações humanas, enquanto a Ecologia Profunda vai na raiz dos problemas ambientais e defende os direitos de toda a comunidade biótica.
(José E. D. Alves. “Os oito princípios da ecologia profunda”. www.ecodebate.com.br, $05.06.2017$. Adaptado.)
A partir do texto, o aspecto filosófico de “Ecologia Profunda” implica uma mudança de conduta, pois requer a
Texto 1
A crítica não se opõe ao procedimento dogmático da razão no seu conhecimento puro […], mas sim ao dogmatismo […], apoiado em princípios, como os que a razão desde há muito aplica, sem se informar como e com que direito os alcançou. O dogmatismo é, pois, o procedimento dogmático da razão sem uma crítica prévia da sua própria capacidade.
(Immanuel Kant. Crítica da razão pura, $2018$.)
Texto 2
Os questionamentos céticos de Hume abalaram profundamente Kant, que visava empreender uma defesa do racionalismo contra o empirismo cético e acabou por elaborar uma filosofia que caracterizou como racionalismo crítico, pretendendo precisamente superar a dicotomia entre racionalismo e empirismo.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, $2010$. Adaptado.)
Os textos explicitam a noção de “crítica”, que corresponde, na filosofia kantiana,
Não é fácil vencer uma discussão. Especialmente em um contexto inflamado, em que as opiniões se polarizam, notícias falsas se proliferam, debatedores recorrem a ofensas e sarcasmo e festas de fim de ano criam ambientes propícios para a briga. Uma boa discussão, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, não serve para a disputa — e, sim, para a construção do conhecimento. Nesse sentido, saber sustentar uma boa argumentação é fundamental.
(Beatriz Montesanti e Tatiana Dias. “Por que ‘opinião não é argumento’, segundo este professor de lógica da Unicamp”. www.nexojornal.com.br, 28.02.2018.)
O excerto explicita a relevância de uma área da filosofia que contribui para o desenvolvimento de boas discussões, qual seja,
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