UFRGS 2015 Português - Questões

Filtro de Questões

Abrir Opções Avançadas

Filtrar por resolução:

Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos 1)1ares do Sul, quando as favelas corroem a Africa, quando a aviação avilta a floresta americana antes mesmo de poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão daquilo ... ... .. não existe mais, mas ........ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Paios, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais ........ nossa sociedade experimenta uma necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? cada década para trás permite salvar um costume, ganhar uma festa, partilhar uma crença suplementar. Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou pns1oneiro de uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe escapava - ainda pior, inspirava troça ou desprezo - , ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste instante, mas . .. . .. .. observação meu grau de humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.)

Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 15, 16, 20 e 59 do texto.


Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos 1)1ares do Sul, quando as favelas corroem a Africa, quando a aviação avilta a floresta americana antes mesmo de poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão daquilo ... ... .. não existe mais, mas ........ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Paios, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais ........ nossa sociedade experimenta uma necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? cada década para trás permite salvar um costume, ganhar uma festa, partilhar uma crença suplementar. Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou pns1oneiro de uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe escapava - ainda pior, inspirava troça ou desprezo - , ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste instante, mas . .. . .. .. observação meu grau de humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.)

Assinale a alternativa que contém uma afirmação correta com relação ao sentido do texto.


Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos 1)1ares do Sul, quando as favelas corroem a Africa, quando a aviação avilta a floresta americana antes mesmo de poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão daquilo ... ... .. não existe mais, mas ........ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Paios, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais ........ nossa sociedade experimenta uma necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? cada década para trás permite salvar um costume, ganhar uma festa, partilhar uma crença suplementar. Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou pns1oneiro de uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe escapava - ainda pior, inspirava troça ou desprezo - , ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste instante, mas . .. . .. .. observação meu grau de humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.)

Considere as seguintes afirmações sobre a substituição de segmentos do texto.

  1. I. A substituição de revelareis (I. 02) por revelarás exigiria que o pronome vossos (l. 02) fosse ajustado para teus.

  2. II. A substituição de destruir-lhe (l. 08) por destruir a sua preservaria a correção e o sentido da frase original.

  3. III. O adjetivo respectivos (l. 47) poderia ser substituído, naquele contexto, por mútuos, preservando a correção e o sentido da frase original.

Quais estão corretas?


Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos 1)1ares do Sul, quando as favelas corroem a Africa, quando a aviação avilta a floresta americana antes mesmo de poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão daquilo ... ... .. não existe mais, mas ........ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Paios, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais ........ nossa sociedade experimenta uma necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? cada década para trás permite salvar um costume, ganhar uma festa, partilhar uma crença suplementar. Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou pns1oneiro de uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe escapava - ainda pior, inspirava troça ou desprezo - , ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste instante, mas . .. . .. .. observação meu grau de humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.)

Assinale a alternativa que apresenta o sinônimo adequado para a respectiva palavra do texto, considerando o contexto em que esta é empregada.


Viagens, cofres mágicos com promessas sonhadoras, não mais revelareis vossos tesouros intactos! Hoje, quando ilhas polinésias afogadas em concreto se transformam em porta-aviões ancorados nos 1)1ares do Sul, quando as favelas corroem a Africa, quando a aviação avilta a floresta americana antes mesmo de poder destruir-lhe a virgindade, de que modo poderia a pretensa evasão da viagem conseguir outra coisa que não confrontar-nos com as formas mais miseráveis de nossa existência histórica? Ainda assim, compreendo a paixão, a loucura, o equívoco das narrativas de viagem. Elas criam a ilusão daquilo ... ... .. não existe mais, mas ........ ainda deveria existir. Trariam nossos modernos Marcos Paios, das mesmas terras distantes, desta vez em forma de fotografias e relatos, as especiarias morais ........ nossa sociedade experimenta uma necessidade aguda ao se sentir soçobrar no tédio? É assim que me identifico, viajante procurando em vão reconstituir o exotismo com o auxílio de fragmentos e de destroços. Então, insidiosamente, a ilusão começa a tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido no tempo das verdadeiras viagens, quando um espetáculo ainda não estragado, contaminado e maldito se oferecia em todo o seu esplendor. Uma vez encetado, o jogo de conjecturas não tem mais fim: quando se deveria visitar a Índia, em que época o estudo dos selvagens brasileiros poderia levar a conhecê-los na forma menos alterada? Teria sido melhor chegar ao Rio no século XVIII? cada década para trás permite salvar um costume, ganhar uma festa, partilhar uma crença suplementar. Mas conheço bem demais os textos do passado para não saber que, me privando de um século, renuncio a perguntas dignas de enriquecer minha reflexão. E eis, diante de mim, o círculo intransponível: quanto menos as culturas tinham condições de se comunicar entre si, menos também os emissários respectivos eram capazes de perceber a riqueza e o significado da diversidade. No final das contas, sou pns1oneiro de uma alternativa: ora viajante antigo, confrontado com um prodigioso espetáculo do qual quase tudo lhe escapava - ainda pior, inspirava troça ou desprezo - , ora viajante moderno, correndo atrás dos vestígios de uma realidade desaparecida. Nessas duas situações, sou perdedor, pois eu, que me lamento diante das sombras, talvez seja impermeável ao verdadeiro espetáculo que está tomando forma neste instante, mas . .. . .. .. observação meu grau de humanidade ainda carece da sensibilidade necessária. Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me escapou.

(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. p. 38-44.)

Considere as seguintes afirmações sobre regência e emprego de crase.

  1. I. -Caso a forma verbal confrontar-nos (1. 11) fosse substituída por colocar-nos diante, seria
    necessário substituir a preposição com (1. 11) pelo emprego de crase nesse contexto.

  2. II. - A substituição da forma verbal criam (1. 15) por dão origem tornaria obrigatório o emprego de crase nesse contexto.

  3. III.- A substituição da forma verbal partilhar (I. 38) pelo segmento ter acesso tornaria necessário o emprego de crase nesse contexto.

Quais estão corretas?


Carregando...