UFF 1999 - Questões
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Assinale a opção que apresenta a afirmativa correta.
Texto III
Que eu hei de amar ...
Essa que eu hei de amar perdidamente um dia, será
tão loura, e clara, e vagarosa, e bela, que pensarei que
é o sol que vem, pela janela, trazer luz e calor a esta
alma escura e fria.
E, quando ela passar, tudo o que eu não sentia da
vida há de acordar no coração, que vela...
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela como
sombra feliz... — Tudo isso eu me dizia,
quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro do poente,
me dizia adeus, como um sol triste...
E falou-me de longe: “Eu passei a teu lado, mas ias
tão perdido em teu sonho dourado, meu pobre
sonhador, que nem sequer me viste!
ALMEIDA, Guilherme de. Toda a poesia. São Paulo: Martins, 1952. T.1. p. 146-7.
Na literatura, a visão romântica representativa da mulher é a de uma figura idealizada, frágil e inatingível.
Assinale a opção em que a visão da mulher não se enquadra nesta característica:
Texto I
Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis (2) e com a prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los; purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz (8).
Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão (3), fazendo-a crer que é rainha, quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos (5). Não façais dela a mulher da Bíblia; a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela (4); nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo (7); mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos.
Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companheira da sua vida (6), devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico ascendente do coração; e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe (1).
(1859)
(FLORESTA, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis / Santa Cruz: Ed. Mulheres / Ed. Da UNISC, 1997. p. 115-7.)
Assinale a opção em que o termo destacado não se vincula sintaticamente ao substantivo que o antecede:
Texto II
Nunca esteve tão bom para nós, mulheres (7). Nem tão difícil.
Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes (9), o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir (16), o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher (10): fonte de culpa e medos. Nunca foi tão difícil. Muito está colocado, mas tudo está por fazer (14). Esta é uma hora para se parar e pensar (12). Pensar pelo que brigamos até agora, o que conseguimos, onde fomos usadas pelo sistema, o que deu errado, o que fazer de agora em diante. Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de conscientização feminina — pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais (8) — já que as lutas não serão primordialmente mais no nível do “queremos”, “exigimos”, das passeatas, mas da prática do obter e do ser. É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais (11), mais difusa na realidade (15).
A luta de base, de formiguinha, onde o confrontamento não será mais com a polícia e o governo somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido (13).
SUPLICY, Marta. Reflexões sobre o cotidiano. Rio Janeiro: Espaço e Tempo, 1986. p. 124-5.
Segundo o texto II, a luta fundamental para as mulheres é:
Texto II
Nunca esteve tão bom para nós, mulheres (7). Nem tão difícil.
Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes (9), o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir (16), o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher (10): fonte de culpa e medos. Nunca foi tão difícil. Muito está colocado, mas tudo está por fazer (14). Esta é uma hora para se parar e pensar (12). Pensar pelo que brigamos até agora, o que conseguimos, onde fomos usadas pelo sistema, o que deu errado, o que fazer de agora em diante. Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de conscientização feminina — pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais (8) — já que as lutas não serão primordialmente mais no nível do “queremos”, “exigimos”, das passeatas, mas da prática do obter e do ser. É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais (11), mais difusa na realidade (15).
A luta de base, de formiguinha, onde o confrontamento não será mais com a polícia e o governo somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido (13).
SUPLICY, Marta. Reflexões sobre o cotidiano. Rio Janeiro: Espaço e Tempo, 1986. p. 124-5.
O uso da partícula se na frase “Esta é uma hora para se parar e pensar.” (12) produz um determinado efeito semântico.
Assinale a opção em que se explicita o efeito semântico:
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