UEL 2019 Filosofia - Questões
Abrir Opções Avançadas
Leia o texto a seguir.
Por causa da desconfiança de uns em relação aos outros nenhuma maneira de se garantir é tão razoável como a antecipação, isto é, pela força ou pela astúcia subjugar todos os homens que puder, durante o tempo necessário para chegar ao momento em que não veja nenhum outro poder suficientemente grande para o ameaçar. E isto não é mais do que a sua própria conservação exige.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. capítulo XIII: Da condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade e miséria. p. 107-108.
Com base na interpretação do texto de Thomas Hobbes, explique a fundamentação que ele, em sua obra Leviatã, confere à instituição contratual do Estado como poder coercitivo e soberano.
Leia o texto a seguir.
Mesmo supondo que as faculdades racionais de Adão fossem inteiramente perfeitas desde o primeiro momento, ele não poderia ter inferido da fluidez e da transparência da água que ela o afogaria, ou da luz e do calor do fogo, que este o consumiria. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, tanto as causas que o produziram como os efeitos que surgirão dele; nem pode nossa razão, sem o auxílio da experiência, jamais tirar uma inferência acerca da existência real e de um fato.
HUME, D. Investigação acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 50.
Com base na interpretação do texto, explique o conceito de causalidade na epistemologia de David Hume.
Leia o texto a seguir.
O programa do esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo saber. [...] [O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. [...] Quanto mais a maquinaria do pensamento subjuga o que existe, tanto mais cegamente ela se contenta com essa reprodução. Desse modo, o esclarecimento regride à mitologia da qual jamais soube escapar.
ADORNO & HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.17; 21; 34.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a crítica à racionalidade instrumental e a relação entre mito e esclarecimento em Adorno e Horkheimer, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir.
Ficamos, em geral, tão impressionados com os resultados da ciência que conferimos uma credibilidade espantosa a qualquer tese que tenha êxito em se apresentar como resultado de uma pesquisa científica. Como ilustração, podemos citar a credibilidade conferida pela população instruída em geral a afirmações a respeito da origem do universo, apesar da escassez de evidências. Tendo em vista o sucesso e o status da ciência, não é de surpreender que os filósofos da ciência tenham se preocupado em tentar compreender o que torna a ciência bem-sucedida. Dentre eles, para determinar o status científico de uma teoria, Popper julgou ter encontrado a resposta: o critério de falseabilidade.
Adaptado de: NEWTON-SMITH, W. H. Popper, ciência e racionalidade. In: O´HEAR, Anthony. (org.). Karl Popper: Filosofia e Problemas. São Paulo: UNESP, 1997. p. 21-22.
O texto apresenta a mentalidade cientificista e o relaciona ao problema da demarcação entre ciência e não ciência, destacando o critério desenvolvido por Karl Popper: o da falseabilidade. Com efeito, a crítica ao cientificismo coloca em questão uma determinada concepção de ciência difundida pelo positivismo. Neste sentido, explique o significado do critério de falseabilidade na crítica popperiana ao cientificismo.
Há uma passagem célebre na obra A República, de Platão, em que o filósofo afirma: Enquanto os filósofos não forem reais nas cidades, ou os que agora chamamos reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes, proporcionando a junção do poder político com a filosofia, não haverá termo para os males das cidades, nem, segundo penso, para os do gênero humano.
Adaptado de: PLATÃO, A República (Livro VII, 473 d). 7a. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p. 252.
Com base nessa passagem e considerando a realização da justiça na cidade ideal pensada por Platão em A República, explique como ele concebe a necessidade de que os governantes sejam filósofos ou dedicados à filosofia .
Carregando...