UEL 2017 Filosofia - Questões
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Leia o texto a seguir.
Podemos definir uma causa como um objeto, seguido de outro, tal que todos os objetos semelhantes ao primeiro são seguidos por objetos semelhantes ao segundo. Ou, em outras palavras, tal que, se o primeiro objeto não existisse, o segundo jamais teria existido. O aparecimento de uma causa sempre conduz a mente, por uma transição habitual, à ideia do efeito; disso também temos experiência. Em conformidade com essa experiência, podemos, portanto, formular uma outra definição de causa e chamá-la um objeto seguido de outro, e cujo aparecimento sempre conduz o pensamento àquele outro. Mas, não temos ideia dessa conexão, nem sequer uma noção distinta do que é que desejamos saber quando tentamos concebê-las.
(Adaptado de: HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. Seção VII, 29. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: UNESP, 2004. p.115.)
Com base no texto e nos conhecimentos acerca das noções de causa e efeito em David Hume, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir.
Ao que parece, duas causas, e ambas naturais, geraram a poesia. O imitar é congênito no homem, e os homens se comprazem no imitado. Sinal disso é o que acontece na experiência: nós contemplamos com prazer as imagens mais exatas daquelas mesmas coisas que olhamos com repugnância, por exemplo, as representações de animais ferozes e de cadáveres. Causa é que o aprender não só muito apraz aos filósofos, mas também, igualmente, aos demais homens, se bem que menos participem dele. Efetivamente, tal é o motivo por que se deleitam perante as imagens: olhando-as aprendem e discorrem sobre o que seja cada uma delas, e dirão, por exemplo, “este é tal”. Porque, se suceder que alguém não tenha visto o original, nenhum prazer lhe advirá da imagem, como imitada, mas tão-somente da execução, da cor ou qualquer outra causa da mesma espécie.
(Adaptado de: ARISTÓTELES, Poética. Trad. Eudoro de Sousa. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p.445. Os Pensadores.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a noção de imitação (mímesis) em Aristóteles, assinale a alternativa correta.
(Disponível em:
Leia o texto a seguir.
ODE XI do LIVRO I
Horácio
não me perguntes – é vedado saber – o fim que a mim e a ti darão os deuses Leucônoe nem babilônios números consultes antes o que for recebe quer te atribua Júpiter muitos invernos quer o último que o mar tirreno debilita com abruptas r o c h a s bebe o vinho sabe a vida e corta a longa esperança enquanto falamos foge invejoso o tempo: curte o dia
desamando amanhãs
(Adaptado de: Trad. Augusto de Campos. Disponível em:
Esse poema de Horácio (65 a.C. – 8 a.C.) revela um valor ou mores romano, que é denominado hedonismo, o fundamento moral do cotidiano romano.
Sobre esse hábito, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
($\quad$) A influência grega sobre a cultura romana construiu o hábito do culto ao corpo e de regras dietéticas.
($\quad$) A locução latina Carpe diem, que significa aproveite o dia, expressa a moral hedonista romana. ($\quad$) O hedonismo implicava uma vida de comedimento e restrições, sobretudo em relação aos hábitos de higiene. ($\quad$) O hedonismo preconizava a valorização do ócio e do prazer em detrimento de outras ocupações do cotidiano.
($\quad$) O prazer dos romanos à mesa, com fartos banquetes e longas comemorações, era uma prática hedonista.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.
(KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores.)
Com base nos conhecimentos sobre a concepção kantiana de tempo, assinale a alternativa correta.
(Disponível em:
Leia o texto a seguir.
As reações mais íntimas das pessoas estão tão completamente reificadas para elas próprias que a ideia de algo peculiar a elas só perdura na mais extrema abstração: personality significa para elas pouco mais que possuir dentes deslumbrantemente brancos e estar livres do suor nas axilas e das emoções. Eis aí o triunfo da publicidade na indústria cultural.
(ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.p.138.)
A respeito da relação entre Indústria Cultural, esvaziamento do sentido da experiência e superficialização da personalidade, assinale a alternativa correta.
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