UEL 2013 Filosofia - Questões

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Em Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva, o sociólogo alemão Max Weber expõe conceitos como carisma, estamento burocrático, tipos de dominação legítima etc. Já Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro, de Raymundo Faoro, fundamenta-se, em boa parte, em Weber, e realiza amplo estudo sobre a formação dos grupos dominantes no Estado brasileiro, vendo-os como frutos do Estado português. Faoro procura demonstrar como isso se mantém arraigado na cultura política do País e como os traços patrimonialistas de nossa formação sobrevivem ao tempo. Essa obra abrange desde a época dos reis de Portugal, no século XIV, até a presidência de Getúlio Vargas, nos anos 1950.

  1. a) Aponte três fatores que caracterizam o patrimonialismo como ocorrência mais comum dentro do tipo de dominação legítima tradicional.

  2. b) Apresente a definição weberiana para os três tipos de dominação legítima.

Leia o texto a seguir.

A França não está fazendo feio nas Olimpíadas este ano. Apesar de continuar longe da China e dos Estados Unidos, o país já conseguiu 28 medalhas, entre elas 9 de ouro. A surpresa é grande porque o país já teve resultados pífios em Olimpíadas anteriores. A história das vitórias francesas é recente. Após o fiasco nos Jogos Olímpicos de Roma em 1960, quando a França ficou no 25o lugar do ranking com apenas 5 medalhas, nenhuma de ouro, o país decidiu melhorar seu rendimento esportivo. Para se manter entre os 10 melhores países do mundo, o estado francês investiu – e continua investindo – pesado no esporte de base, nas escolas públicas francesas. Todos os franceses, desde pequenos, devem “testar” vários esportes em aulas de Educação Física. Essa política garante a renovação do esporte a longo prazo ou, para usar um termo em voga, cria um ambiente esportivo sustentável. Os resultados estão sendo colhidos hoje. Enquanto os franceses acreditam que é necessário formar atletas, nós brasileiros continuamos a olhar o sucesso com um certo misticismo. Acreditamos que os melhores esportistas receberam um tipo de dom divino ou algo parecido. Enquanto falamos em “esperança”, “mágica” e “milagre” para ganhar medalhas, a França fala em “objetivos”, “esforço” e “elite”. Os raros medalhistas olímpicos brasileiros que conseguem se diferenciar enfrentam uma enorme pressão e carregam sozinhos o peso das expectativas de toda uma nação durante décadas. O resultado disso é uma grande frustração, tanto dos esportistas, quanto dos torcedores, que se repete a cada Olimpíada.

(Adaptado de: PELIZ, A. C. Cartas de Paris: O segredo das medalhas francesas. Disponível em: . Acesso em: 5 ago. 2012.)

O texto pode ser analisado à luz do conceito de “capital” formulado por Bourdieu.

  1. a) Explique esse conceito e cite seus tipos principais.

  2. b) Identifique duas características que exemplificam o conceito, presentes na política de esportes na França.

Observe a figura 3 e leia o texto a seguir.

(Figura 3: Retrato de George Dyer, Em um espelho. 1968. Óleo sobre tela. Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid.)

A crise da razão se manifesta na crise do indivíduo, por meio da qual se desenvolveu. A ilusão acalentada pela filosofia tradicional sobre o indivíduo e sobre a razão – a ilusão da sua eternidade – está se dissipando. O indivíduo outrora concebia a razão como um instrumento do eu, exclusivamente. Hoje, ele experimenta o reverso dessa autodeificação.

(HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. São Paulo: Centauro, 2000, p.131.)

Com base na figura e nos conhecimentos sobre a crise da razão e do indivíduo na contemporaneidade, em Horkheimer, considere as afirmativas a seguir.

  1. I) A crise do indivíduo implica na sua fragmentação: embora ele ainda se represente, a imagem que possui de si é incompleta, parcial.

  2. II) A crise do indivíduo resulta de uma incompreensão: ignorar que ele é uma particularidade ordenada (microcosmo) inserida numa totalidade ordenada (macrocosmo).

  3. III) O indivíduo, que é unitário, apreende a si mesmo e ao mundo plenamente, faltando-lhe, porém, os meios adequados para comunicar tal conhecimento.

  4. IV) O desenvolvimento das ciências humanas levou a uma recusa da ideia universal de homem: nega-se à razão o poder de fundamentar absolutamente o conhecimento sobre o indivíduo.

Assinale a alternativa correta.


Leia o texto a seguir.

Tudo isso ela [Diotima] me ensinava, quando sobre as questões de amor [eros] discorria, e uma vez ela me perguntou: – que pensas, ó Sócrates, ser o motivo desse amor e desse desejo? A natureza mortal procura, na medida do possível, ser sempre e ficar imortal. E ela só pode assim, através da geração, porque sempre deixa um outro ser novo em lugar do velho; pois é nisso que se diz que cada espécie animal vive e é a mesma. É em virtude da imortalidade que a todo ser esse zelo e esse amor acompanham.

(Adaptado de: PLATÃO. O Banquete. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.38-39. Coleção Os Pensadores.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o amor em Platão, assinale a alternativa correta.


No livro Através do espelho e o que Alice encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz uma frase enigmática:

Pois aqui, como vê, você tem de correr o mais que pode para continuar no mesmo lugar.

(CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou por lá. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.186.)

Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara uma tese também enigmática, segundo a qual o movimento é ilusório, pois

numa corrida, o corredor mais rápido jamais consegue ultrapassar o mais lento, visto o perseguidor ter de primeiro atingir o ponto de onde partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve manter sempre a dianteira.

(ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os Pré-socráticos. 4.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p.284.)

Com base no problema filosófico da ilusão do movimento em Zenão de Eleia, é correto afirmar que seu argumento


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