PUC-RJ 2022 Português - Questões

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Leia os fragmentos retirados do livro “As mais belas coisas do mundo” de Valter Hugo Mãe, que relata as conversas de um menino e seu avô.

“O meu avô sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um mistério e que o importante era seguir procurando. Estar vivo é procurar, explicava.” (p. 6)

“Estava constantemente a pedir-me que prestasse atenção. Se prestares atenção vês corações e podes tirar medidas à felicidade. Como se houvesse uma fita métrica para isso.” (p. 8)

“O meu avô materno, Antonio Alves, mandava que lhe explicasse as coisas mais complexas da vida.” (p. 44)

“A minha infância ficaria marcada por essa impressão digna de alguém me escutar por tanto tempo, de alguém querer instigar minha curiosidade e se alegrar com a minha imaginação.” (p. 45)

MÃE, V.H. As mais belas coisas do mundo. Rio de Janeiro: Biblioteca Azul, 2019.

Afinal, é o nosso convívio com as diferentes produções artísticas que influencia a nossa visão de mundo ou é a vida que pode, de fato, modificar a perspectiva da visão de mundo que tínhamos até agora?

Para responder a essa pergunta, produza um texto dissertativo-argumentativo com cerca de 350 palavras. Seu texto deve ter um título informativo, ser claro, coerente e conter uma argumentação bem fundamentada.

Como formular o problema da arte contemporânea — por meio de um manifesto? De um lamento? Minha intenção nestas notas é mais modesta. Gostaria de refletir a respeito do que é essa arte e quais “ideias de arte” ela implica ou inventa. Espero assim formular melhor as questões com as quais a arte contemporânea nos confronta. Interessa-me acima de tudo elaborar mais detalhadamente o problema mais amplo das “ideias de arte” e das “ideias nas artes”. Ele faz parte daquilo que chamo de “a reestetização do pensar” ou a reinvenção do pensamento nas artes. A filosofia oferece muitos exemplos das relações entre pensamento e arte; creio ser necessário, no entanto, evitar dois extremos na formulação desse problema: a relação “didática”, pela qual a arte simplesmente ilustra dada teoria, e a relação “romântica”, pela qual a arte se torna refúgio de algo que não pode ser pensado de forma alguma. Precisamos dar mais atenção a como os artistas realmente pensam nas e com as artes — as novas ideias que lhes ocorrem, incluindo novas “ideias de arte” ou ideias a respeito de suas atividades, de seus próprios materiais ou instituições —, e depois a como essas ideias se enquadram em campos mais amplos, que envolvem muitos outros discursos: as ciências, a política e até a própria filosofia.

RAJCHMAN, John. O pensamento na arte contemporânea. Novos estudos CEBRAP [on-line].

Com base na leitura do texto, verifique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas e, em seguida, assinale a alternativa correta.

  1. I) O enunciador do texto assume a responsabilidade de problematizar o conceito de arte contemporânea por meio de um manifesto.

  2. II) No âmbito da filosofia, deve ser adotado o viés didático no tratamento da arte contemporânea, como ilustração de uma teoria.

  3. III) A problematização de questões referentes à produção artística deve afastar-se de uma relação romântica entre pensamento e arte.

  4. IV) Mais importante do que definir e analisar a criação artística contemporânea é identificar os campos discursivos em que atua.


Como formular o problema da arte contemporânea — por meio de um manifesto? De um lamento? Minha intenção nestas notas é mais modesta. Gostaria de refletir a respeito do que é essa arte e quais “ideias de arte” ela implica ou inventa. Espero assim formular melhor as questões com as quais a arte contemporânea nos confronta. Interessa-me acima de tudo elaborar mais detalhadamente o problema mais amplo das “ideias de arte” e das “ideias nas artes”. Ele faz parte daquilo que chamo de “a reestetização do pensar” ou a reinvenção do pensamento nas artes. A filosofia oferece muitos exemplos das relações entre pensamento e arte; creio ser necessário, no entanto, evitar dois extremos na formulação desse problema: a relação “didática”, pela qual a arte simplesmente ilustra dada teoria, e a relação “romântica”, pela qual a arte se torna refúgio de algo que não pode ser pensado de forma alguma. Precisamos dar mais atenção a como os artistas realmente pensam nas e com as artes — as novas ideias que lhes ocorrem, incluindo novas “ideias de arte” ou ideias a respeito de suas atividades, de seus próprios materiais ou instituições —, e depois a como essas ideias se enquadram em campos mais amplos, que envolvem muitos outros discursos: as ciências, a política e até a própria filosofia.

RAJCHMAN, John. O pensamento na arte contemporânea. Novos estudos CEBRAP [on-line].

Em “A filosofia oferece muitos exemplos das relações entre pensamento e arte; creio ser necessário, $\underline{\text{no entanto}}$, evitar dois extremos na formulação desse problema”, a expressão sublinhada pode ser substituída, sem alteração do sentido do texto, por


Como formular o problema da arte contemporânea — por meio de um manifesto? De um lamento? Minha intenção nestas notas é mais modesta. Gostaria de refletir a respeito do que é essa arte e quais “ideias de arte” ela implica ou inventa. Espero assim formular melhor as questões com as quais a arte contemporânea nos confronta. Interessa-me acima de tudo elaborar mais detalhadamente o problema mais amplo das “ideias de arte” e das “ideias nas artes”. Ele faz parte daquilo que chamo de “a reestetização do pensar” ou a reinvenção do pensamento nas artes. A filosofia oferece muitos exemplos das relações entre pensamento e arte; creio ser necessário, no entanto, evitar dois extremos na formulação desse problema: a relação “didática”, pela qual a arte simplesmente ilustra dada teoria, e a relação “romântica”, pela qual a arte se torna refúgio de algo que não pode ser pensado de forma alguma. Precisamos dar mais atenção a como os artistas realmente pensam nas e com as artes — as novas ideias que lhes ocorrem, incluindo novas “ideias de arte” ou ideias a respeito de suas atividades, de seus próprios materiais ou instituições —, e depois a como essas ideias se enquadram em campos mais amplos, que envolvem muitos outros discursos: as ciências, a política e até a própria filosofia.

RAJCHMAN, John. O pensamento na arte contemporânea. Novos estudos CEBRAP [on-line].

Assinale a alternativa em que está corretamente indicada a sequência dos referentes dos termos sublinhados no seguinte trecho do Texto.

"Precisamos dar mais atenção a como os artistas realmente pensam nas e com as artes — as novas ideias que $\underline{\text{lhes}}$ ocorrem, incluindo novas “ideias de arte” ou ideias a respeito de suas atividades, de seus próprios materiais ou instituições —, e depois a como essas ideias $\underline{\text{se}}$ enquadram em campos mais amplos, $\underline{\text{que}}$ envolvem muitos outros discursos: as ciências, a política e até a própria filosofia."


Sendo principalmente um jogo com limites, a arte contemporânea rompe tanto com a arte clássica quanto com a moderna. Uma "instalação", ou "performance", não se enquadra mais na concepção clássica ou moderna de uma obra de arte, ou seja, de uma pintura enquadrada ou de uma escultura num pedestal. Não demonstra mais nenhum vínculo entre a obra de arte e a interioridade, ou até mesmo o corpo do artista; e a ironia e a jocosidade são mais importantes do que a seriedade. Mediações técnicas ou sociais se tornam necessárias, juntamente com técnicas especiais como fotografia ou vídeo para garantir a durabilidade da obra. Além do mais, essas técnicas fogem, muitas vezes, às regras dos museus, a rotinas econômicas, a restrições de transporte e de seguro ou a técnicas de restauração. Em virtude de tudo isso, a arte contemporânea é mais do que um novo período artístico e mais do que uma nova categoria estética. Trata-se de um novo paradigma, que transforma completamente o mundo da arte.

Na arte contemporânea, a transgressão mais importante dos critérios comuns usados para definir a arte é que a obra de arte já não consiste exclusivamente no objeto proposto pelo artista, mas em todo o conjunto de operações, ações, interpretações etc. provocadas por sua proposição.

A transgressão dos limites da arte significa também o emprego de novos tipos de materiais ou modos de apresentação. Instalações, performances, land art, arte corporal, vídeo, fotografias em cores em grande escala, multimídia e arte cibernética fazem parte do vocabulário básico do artista contemporâneo. Esta é outra grande diferença em relação à arte clássica e moderna, pois durante séculos, até o início da década de 1960, as artes visuais eram produzidas com um pequeno número de materiais bem definidos: óleo, pastel, aquarela, lápis, carvão, água-forte; papel, tela, gesso, madeira ou pedra, argila, madeira, bronze... Agora, tudo mudou. Mesmo sem ver a obra, você consegue adivinhar que se trata de arte contemporânea apenas lendo sua descrição, como: "latão", "feltro e graxa", "telas de TV", "corais e pão", "módulos acústicos", ou, em termos mais amplos, "materiais variados" ou "dimensões variáveis".

HEINICH, Nathalie. Práticas da Arte Contemporânea: uma abordagem pragmática a um novo paradigma artístico. v.4, n.2. p. 373-390. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2238-38752014v424. Acesso em: 21 ago. 2021. Adaptado.

Considere as afirmativas a seguir sobre a leitura do Texto.

  1. I) A arte contemporânea caracteriza-se pelo engajamento aos padrões das artes clássica e moderna.

  2. II) A arte contemporânea é definida essencialmente pela relação do artista com o objeto representado.

  3. III) A arte contemporânea utiliza-se de novos modos de apresentação, como instalações e performances.

É correto o que se afirma em


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