MACK 2016 História - Questões
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Atraídos pela possibilidade de acesso às terras e pressionados pelos graves problemas econômicos e sociais que assolavam a Europa, em meados do século XIX, milhares de imigrantes vieram para o continente americano. O governo brasileiro e o norte-americano passaram a se posicionar com relação à posse de terras, promulgando leis, a saber: A Lei de Terras (1850), no Brasil e o Homestead Act (1862), nos Estados Unidos. O paralelo que podemos identificar entre eles é que
I. o governo norte-americano, para atrair imigrantes, decretou o Homestead Act, que definia a posse de uma propriedade com 160 acres a quem a cultivasse por cinco anos. Já a lei nacional passou a proibir a aquisição de terras públicas a não ser por compra, dificultando a formação de pequenas propriedades.
II. a Lei de Terras esteve estreitamente ligada à Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, pois a aquisição de terras só era possível por meio da compra, o que mantinha os trabalhadores livres sob o domínio dos grandes proprietários. Nos EUA, o presidente Lincoln, apesar da oposição dos proprietários do Sul do país, aprovou a lei relacionada à posse de terras a fim de desenvolver e ocupar a região Oeste do país.
III. essas legislações relativas ao direito à terra tinham, nos dois casos, a finalidade de atrair os imigrantes europeus, tendo em vista a preocupação de aprimorar a questão racial nas Américas, com a vinda de mais homens brancos, além dos mesmos estarem preparados para o trabalho especializado nas indústrias.
Assinale
Em 1 de abril de 1808, durante a regência de D. João, o alvará de 1785 foi revogado, o que permitiu a liberação e o estabelecimento de indústrias e manufaturas no Brasil. Apesar disso, na prática, essa providência não alcançou seus objetivos de capacitar o país para desenvolver suas indústrias, porque
“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os votos), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com a sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita.”
Thomas Hobbes
Hobbes, teórico e filósofo do século XVII, elaborou as bases do seu pensamento político, admitindo a existência de um pacto social entre os homens e o governo, capaz de realizar uma construção racional da sociedade. Considere as assertivas abaixo.
I. A humanidade, no seu estado natural, era uma selva. Mas quando os homens eram submetidos por Estados soberanos, não tinham que recear um regresso à selva no relacionamento entre indivíduos, a partir do momento em que os benefícios consentidos do poder absoluto, em princípio ilimitado, permitiam ao homem deixar de ser uma ameaça para os outros homens.
II. Sua doutrina, a respeito do direito divino dos reis serviu como suporte ideológico ao despotismo esclarecido dos monarcas europeus durante a Era Moderna e de inspiração para a burguesia mercantil, em luta contra o poder que a nobreza exercia sobre as cidades.
III. O Absolutismo, por ele defendido, seria uma nova forma de governo capaz de articular setores sociais distintos. Atenderia aos anseios dos setores populares urbanos, interessados em apoiar o poder real a fim de contar com isenção fiscal, assim como a aristocracia, que encontra, nessa forma de governo, possibilidade de manter seus privilégios econômicos e sociais.
Assinale
“E era preciso embelezar as principais cidades, para que bem representassem suas funções: cuidar dos edifícios públicos; afastar a pobreza para os novos subúrbios; implementar o transporte coletivo, e construir instituições representativas. Foi com esse intuito ‘civilizatório’ que o presidente Rodrigues Alves (1902-1906) montou uma equipe técnica para fazer do Rio de Janeiro uma vitrine para os interesses estrangeiros (...). A comissão responsável pelas obras recebeu poderes ilimitados e estabeleceu um plano com três grandes metas: a modernização do porto, que estaria a cargo do engenheiro Lauro Müller; o saneamento da cidade, de cuja realização se incumbiria o médico sanitarista Oswaldo Cruz, e a reforma urbana, que caberia ao engenheiro Pereira Passos, o qual conhecia de perto o projeto para Paris elaborado pelo barão de Haussmann”.
SCHWARCZ, Lilia M.; STERLING, Heloisa M. Brasil: Uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 327.
No início do século XX, as autoridades republicanas elaboraram um projeto de embelezamento das principais cidades do Brasil, sintonizando o país com a modernização vivenciada por outros centros urbanos mundiais. No entanto, tal projeto provocou diversas reações contrárias, principalmente por parte das camadas populares, diretamente afetadas. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
“A marcha que parou São Paulo era a comprovação de que se consolidara uma frente de oposição ao governo, com capacidade de mobilização e composição social heterogênea. Na origem dessa frente, em primeiro lugar estava a compartilhada aversão de setores da sociedade ao protagonismo crescente dos trabalhadores urbanos e rurais. Em segundo, o dinheiro curto e o futuro incerto acenderam o ativismo das classes médias urbanas, cientes de que um processo radical de distribuição de renda e de poder por certo afetaria suas tradicionais posições naquela sociedade brutalmente desigual. E tudo isso junto ajuda a entender a intensidade e a extensão do movimento. Entre 19 de março e 8 de junho de 1964, uma multidão marchou com Deus contra João Goulart –, ou após 31 de março, para comemorar a vitória do golpe que depôs seu governo - em pelo menos cinquenta cidades do país, incluindo capitais e cidades de pequeno ou médio porte”.
SCHWARCZ, Lilia M.; STERLING, Heloisa M. Brasil: Uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 445.
Em 19 de março de 1964, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” reuniu cerca de 500 mil pessoas em São Paulo. De tendências políticas diversas, as pessoas que ali se reuniram tinham em comum a oposição ao governo, as críticas à suposta ligação do presidente com o comunismo e associavam o agravamento da crise econômica à incapacidade administrativa de João Goulart. A respeito da realização e das consequências de tal movimento, assinale a alternativa INCORRETA.
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