EEAR 2010 Português - Questões
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Ladrões
“Navegava Alexandre em uma poderosa
armada pelo mar Eriteu a conquistar a Índia, e como
fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali
andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito
Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que
não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta,
senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão,
e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o
roubar com muito, os Alexandres. (...) O ladrão que
furta para comer, não vai nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais
debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento
distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são
ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam
os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões
que mais própria e dignamente merecem este título são
aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões ou o governo das províncias, ou a administração
das cidades, os quais já com manha, já com força
roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam
um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros
furtam debaixo do seu risco, estes, sem temor nem
perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes
furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais
aguda vista que os outros homens, viu que uma grande
tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar
uns ladrões, e começou a bradar: Lá vão os ladrões
grandes a enforcar os pequenos! Ditosa Grécia que tinha
tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas
não padecera a justiça as mesmas afrontas. Quantas
vezes se viu em Roma ir a enforcar um ladrão por ter
roubado um carneiro; e no mesmo dia ser levado em
triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma
província. E quantos ladrões teriam enforcado estes
mesmos ladrões triunfantes?”
Pe. Antônio Vieira
Leia:
“os que não só vão, mas levam [ao inferno], de que eu trato, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera” (linhas 12 a 14)
Quanto ao trecho acima, pode-se dizer a respeito dos ladrões que
Ladrões
“Navegava Alexandre em uma poderosa
armada pelo mar Eriteu a conquistar a Índia, e como
fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali
andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito
Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que
não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta,
senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão,
e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o
roubar com muito, os Alexandres. (...) O ladrão que
furta para comer, não vai nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais
debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento
distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são
ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam
os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões
que mais própria e dignamente merecem este título são
aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões ou o governo das províncias, ou a administração
das cidades, os quais já com manha, já com força
roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam
um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros
furtam debaixo do seu risco, estes, sem temor nem
perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes
furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais
aguda vista que os outros homens, viu que uma grande
tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar
uns ladrões, e começou a bradar: Lá vão os ladrões
grandes a enforcar os pequenos! Ditosa Grécia que tinha
tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas
não padecera a justiça as mesmas afrontas. Quantas
vezes se viu em Roma ir a enforcar um ladrão por ter
roubado um carneiro; e no mesmo dia ser levado em
triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma
província. E quantos ladrões teriam enforcado estes
mesmos ladrões triunfantes?”
Pe. Antônio Vieira
O texto, escrito no século $XVII$, trata de um problema
Ladrões
“Navegava Alexandre em uma poderosa
armada pelo mar Eriteu a conquistar a Índia, e como
fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali
andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito
Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que
não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta,
senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão,
e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o
roubar com muito, os Alexandres. (...) O ladrão que
furta para comer, não vai nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais
debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento
distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são
ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam
os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões
que mais própria e dignamente merecem este título são
aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões ou o governo das províncias, ou a administração
das cidades, os quais já com manha, já com força
roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam
um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros
furtam debaixo do seu risco, estes, sem temor nem
perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes
furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais
aguda vista que os outros homens, viu que uma grande
tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar
uns ladrões, e começou a bradar: Lá vão os ladrões
grandes a enforcar os pequenos! Ditosa Grécia que tinha
tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas
não padecera a justiça as mesmas afrontas. Quantas
vezes se viu em Roma ir a enforcar um ladrão por ter
roubado um carneiro; e no mesmo dia ser levado em
triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma
província. E quantos ladrões teriam enforcado estes
mesmos ladrões triunfantes?”
Pe. Antônio Vieira
Há no texto exemplos que ilustram a comparação entre os ladrões quanto ao poder que possuem. Assinale a alternativa em que isso não ocorre.
Ladrões
“Navegava Alexandre em uma poderosa
armada pelo mar Eriteu a conquistar a Índia, e como
fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali
andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito
Alexandre de andar em tão mau ofício; porém ele, que
não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta,
senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão,
e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o
roubar com muito, os Alexandres. (...) O ladrão que
furta para comer, não vai nem leva ao inferno; os que
não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais
debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento
distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são
ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam
os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões
que mais própria e dignamente merecem este título são
aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões ou o governo das províncias, ou a administração
das cidades, os quais já com manha, já com força
roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam
um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros
furtam debaixo do seu risco, estes, sem temor nem
perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes
furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais
aguda vista que os outros homens, viu que uma grande
tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar
uns ladrões, e começou a bradar: Lá vão os ladrões
grandes a enforcar os pequenos! Ditosa Grécia que tinha
tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas
não padecera a justiça as mesmas afrontas. Quantas
vezes se viu em Roma ir a enforcar um ladrão por ter
roubado um carneiro; e no mesmo dia ser levado em
triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma
província. E quantos ladrões teriam enforcado estes
mesmos ladrões triunfantes?”
Pe. Antônio Vieira
No texto, enforcam (linha 27) é uma atitude que se refere
Observe:
I-A curta existência de Álvares de Azevedo, um legítimo representante do Mal do Século, não permitiu que houvesse uma edição de sua obra em vida.
II- A maior parte das histórias de Joaquim Manuel de Macedo é ambientada no Rio de Janeiro, e nelas os heróis e as heroínas enfrentam obstáculos para a realização amorosa.
III- Castro Alves, a voz mais importante da terceira geração romântica, não apenas defendeu os escravos, mas também escreveu versos expressivos. Constituem períodos compostos por coordenação:
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